Os grandes Bluffs!

 Os imperialismos não são comparáveis. 

É certo que os Russos, os Americanos ou os Chineses, não brincam em serviço e quando se propõem massacrar um povo ou reduzir-lhe a soberania a escombros, enviam aviões, porta-aviões, tanques, exércitos, drones, material biológico, eu sei lá...!

Roma, há 2000 anos atrás também não arriscava. Primeiro invadia, distribuía porrada nos indígenas mas, ao mesmo tempo, levava-lhes conhecimento, civilização, a língua e, eventualmente, acabavam numa alegre confraternização. Não deixaram poucas pontes e edifícios por essa Europa onde estenderam o seu império e hoje, apesar das missas já não serem comemoradas em latim, as suas influências são testemunhos incontornáveis desse império, que enriquecem o nosso património museológico.

Portugal e Espanha utilizavam outros métodos e sempre tiveram essa vocação para ir mais longe, por mar e, assim que chegavam decidiam enérgica e assertivamente que aquilo era “nosso”. Não poucas vezes os conquistadores Portugueses, demonstraram uma grande dose de autoconfiança e atrevimento, pois com meia dúzia de naus e três dúzias de canhões, convenciam os locais que podiam arrasar-lhes o pátio em poucos dias. Depois, convencidos os sitiados que não tinham alternativa, deixavam 4 tipos a tomar conta da conquista – aqueles que podiam dispensar e que faziam menos falta para uma nova empreitada – e zarpavam para a seguinte praça. Realmente, tipos como Vasco da Gama ou Afonso de Albuquerque, dominavam o Índico com apenas uma mão cheia de homens. Logicamente, com o passar dos tempos, e principalmente quando a falta de ajuda das monções atrasava o render da guarnição, os autóctones, cuja lorpice e paciência começava a esmorecer, iniciavam um processo de reconquista, assim que davam conta de que, afinal, os assaltantes não eram tantos nem tão perigosos.

Vem isto a propósito da forma como a Xunta da Galiza e algumas autarquias, mantiveram a populaça recolhida durante o passado fim de semana, sem ter que despender mais do que uns poucos litros de petróleo para outros tantos veículos policiais com os que montaram uma espectacular operação de sugestão. Primeiro sacaram da manga, ao meio dia de sexta-feira, uma proibição de abandonar ou entrar nalgumas das cidades mais populosas – sendo Vigo uma delas – sob pena de pesadas sanções a quem desobedecesse e a que deram a designação de cierre primetral. A lei (?) entrava em vigor às 15 horas do mesmo dia, ou seja, umas três horas após o início da sua discussão e, a meio da tarde, o caos foi servido, com brigadas a controlar a entrada e a saída da cidade, que provocaram enormes retenções durante umas poucas horas. Deu-se a impressão de um dispositivo coordenado e eficaz para a consecução de um novo confinamento ainda que, desta vez, podéssemos chegar até aos confins do quintal.

O povo, sereno, acatou e recluiu-se sem ter tempo para perguntar-se sobre a legitimidade da medida.

Inquietos e intrigados, quisemos aferir a extensão da operação e perceber até que ponto, e dado que as fronteiras não tinham sido encerradas, podíamos circular com o nosso BI de cidadãos Portugueses e, inclusivamente, visitar um dos municípios fronteiriços, sabendo que, entre eles, o governo Português também tinha proibida a circulação, embora com algumas excepções. Com o dito na mão, metemos roda ao caminho. Passámos o término municipal de Vigo, a portagem da A52, Mos, entrámos em Porriño – por engano, diga-se – e seguimos na direcção de Ourense. Chegados a Arbo, a localidade que está praticamente em frente a Melgaço, ainda pensamos que alguma patrulha nos perguntaria que andávamos por ali a fazer. As viaturas na estrada eram poucas, admito. Começamos a cruzar-nos com matrículas Portuguesas e passámos a ponte internacional. Do outro lado, mais do mesmo: tranquilidade total. Controlo zero e ainda bem. A legalidade restabelecida.

A cidade estava bem protegida contra as “forças do mal” como se pode observar nas fotos e sentimo-nos à vontade para tomar um cafezinho saboroso. Depois foi só rumar a Castro Laboreiro, sem lá chegar, pois dois quilómetros antes, um desvio à esquerda atraiu a nossa atenção e por aí nos deixámos ficar.







À volta, no Domingo ao fim da tarde, ainda conjecturamos sobre o que iríamos encontrar. Adivinhem!!?

Comentarios

  1. quer dizer, quando estavas aqui em casa, já escrevias essa melodia para despertar os aleijadinhos do conforto. é preciso romper as ordens da desordem. haja quem grite!!! pode ser que te ouçam...

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